Diário nos Bairros

Há 83 anos, Edwin Neujahr mora no Itararé

Dandara Flores Aranguiz

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O nome de origem alemã é difícil de pronunciar: Edwin Neujahr.

– Lê-se `Noiar¿. Significa Ano Novo – explica o morador do bairro Itararé.

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Aos 83 anos, história é o que não lhe falta. Foi no bairro em que ele nasceu, foi criado e batizado, estudou, conheceu a mulher (Jussara Briese, que faleceu há seis anos) em um baile no Clube 21 de Abril e criou os dois filhos.

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A ligação com o local é ainda mais antiga: seu avô, Otto Werner, recém chegado da Áustria, no início da década de 1920, trabalhou como mestre de obras na construção do Monumento aos Ferroviários de Santa Maria, inaugurado em 1934. Hoje, a estrutura, que deveria ser um dos pontos turísticos da cidade, está abandonada.

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– Se o meu avô estivesse vivo e visse como ele está, só de olhar, ia morrer do coração. Aquele lugar era o seu chão, vivia lá com a família, com os cachorros – comenta Edwin.

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Sobre a mesa da cozinha, fotografias antigas, recortes de jornais e livros sobre a história de Santa Maria contam e apresentam as memórias do passado da família. Guardadas com carinho e muito cuidado durante anos, as imagens revelam uma lembrança.

Foto de Edwin em 1962, quando trabalhava como torneiro mecânico Foto: Jean Pimentel / Agencia RBS

Hoje aposentado, o idoso já trabalhou como torneiro mecânico durante muitos anos em diversas empresas e, também, no curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

– Aprendi o ofício com meu pai. Ele tinha uma oficina, e, lá, a gente sempre fazia um pouco de tudo. Eu me aposentei, mas continuei trabalhando depois. Fui parar só há uns 10 anos – recorda.

Os anos dos acontecimentos já não surgem na cabeça com tanta facilidade, mas Edwin lembra bem dos seis anos em que trabalhou na projeção dos filmes do antigo Cine Glória, na Rua Ângelo Uglione.

Nos passos do avô – que também trabalhou na construção do prédio da SUCV e da Caixa Econômica Federal, no Centro – e com o desejo de igualmente deixar um legado para o bairro onde sempre morou, ele construiu a cruz de metal instalada no alto da Igreja Santa Catarina.

– Aquela cruz lá fui eu que fiz. A única coisa que lembro é que foi em um sábado de tarde. Não lembro o ano, mas lembro da instalação"

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